Igreja
A primeira pedra da igreja de Santa Clara-a-Nova foi lançada a 3 de julho de 1649, sob o reinado de D. João IV. O projeto inicial foi elaborado pelo monge beneditino Frei João Turriano, engenheiro-mor do Reino, inspirado na obra do arquiteto renascentista Palladio para superar os desafios impostos pelo terreno irregular. A construção foi posteriormente conduzida por Mateus do Couto, mantendo a monumentalidade das fachadas desenhadas por Turriano.
A porta de entrada para a Igreja, nas suas laterais, evidencia o estilo das igrejas de conventos femininos.
Ricamente ornamentado, o interior da igreja destaca-se pela exuberância de formas retorcidas, pinturas majestosas e abundância de talha dourada, o que valeu à igreja o título de “quase museu da talha”.
No seu espaço alberga 16 retábulos, alguns deles provenientes da antiga igreja do mosteiro, divididos em dois temas distintos: o litúrgico – que evoca momentos da vida de Jesus Cristo, e os restantes, que evocam momentos ligados aos Santos Fundadores da Ordem.
De frente para a igreja, podem avistar-se três vitrais da casa Ricardo Leone, custeados pela Sociedade da Rainha Santa do Estado da Califórnia e oferecidos à Confraria da Rainha Santa.
Ao fundo, à direita, encontra-se o túmulo da neta da Rainha Santa, Infanta Dona Isabel, falecida com apenas dois anos. Junto ao seu túmulo encontra-se escrito: “Filha do Futuro Rei Afonso IV”, uma obra do Mestre Pêro e um dos primeiros exemplares do estilo gótico na cidade.
À esquerda, num túmulo do século XV, encontra-se a Primeira Duquesa da cidade de Coimbra, também chamada de Isabel de Aragão de Urgel. Uma particularidade deste túmulo é já ter sido aberto. Um outro detalhe sobre a Duquesa é que a mesma possui uma outra sepultura no Mosteiro da Batalha.
De frente para a igreja, no altar-mor, ricamente ornamentado com talha dourada é de salientar que o retalho principal, ao estilo nacional, retrata uma imagem de Dona Isabel, totalmente feita em madeira, do escultor Teixeira Lopes, oferta da rainha Dona Maria Amélia à Confraria. Esta imagem veio substituir a antiga que descia as procissões da Rainha Santa Isabel, sendo a utilizada na atualidade.
Ocupando o lugar central da capela mor, encontra-se o túmulo da Rainha, feito no século XVII, totalmente de prata e cristal, cintilante, rodeado do lado esquerdo por uma imagem de São Francisco de Assis, e do lado direito, por uma de Santa Clara de Assis.