A vida no antigo convento tornou-se tão insustentável para as Clarissas, devido às constantes inundações, que o rei D. João IV decidiu intervir. Como forma de apoio, patrocinou a construção de um novo mosteiro, edificado numa cota mais elevada, a salvo das cheias. Em 1696, as obras ficaram concluídas e as religiosas mudaram-se para o novo espaço, levando consigo os restos mortais da Rainha Santa Isabel, de quem eram fiéis guardiãs.
O edifício reflete uma arquitetura sóbria e funcional. A igreja, dedicada à padroeira da cidade de Coimbra, foi enriquecida com um retábulo barroco que acolhe a urna de prata e cristal do século XVII, onde repousa a Rainha Santa. Em frente à urna, destaca-se uma impressionante imagem da santa esculpida em mogno por Teixeira Lopes — uma peça única, oferecida à Confraria da Rainha Santa Isabel por D. Amélia, rainha de Portugal.
O primeiro túmulo da padroeira, datado de 1330 e criado por Mestre Pero, encontra-se hoje no coro baixo da igreja. Trata-se de uma notável obra-prima da arte tumular gótica, preservando o legado artístico e espiritual da rainha.
O claustro, projetado em 1733 pelo arquiteto e engenheiro Carlos Mardel, evidencia já a transição do barroco para uma nova linguagem estética: o classicismo, marcando uma nova etapa na evolução artística do convento.
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